Agronegócio, transporte de químicos e combustíveis recuperam o setor.
A venda de caminhões em novembro somou 7,7 mil unidades e registrou pequena queda de 2,7% na comparação com outubro. A média diária de emplacamentos, contudo, passou de 359 para 384 unidades. No acumulado do ano foram 68,3 mil caminhões e alta de 49% sobre o mesmo período do ano passado. Chama a atenção o crescimento dos pesados, que responderam neste ano por quase 31 mil unidades, um aumento de 86,9% na comparação interanual. Os números foram divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
“Os caminhões enfim revelam um crescimento robusto, já que 2017 esteve entre os piores dos últimos dez anos”, afirma o vice-presidente da Anfavea, Luiz Carlos de Moraes.
“Além das boas vendas para o agronegócio, os setores químico e de combustíveis também estão voltando a comprar caminhões, mas ainda falta vir a resposta do varejo, da distribuição urbana e da construção civil”, diz Moraes.
Ele recorda que a recuperação em alguns segmentos ainda é pequena. Os caminhões semileves somaram em todo o ano apenas 3,7 mil unidades. Os leves somaram até novembro 10,6 mil unidades e ligeira alta de 2,7%.
Exportações
Entre janeiro e novembro as montadoras instaladas no Brasil exportaram 23,5 mil caminhões, uma queda de 9,8% em relação aos mesmos 11 meses de 2017. A crise argentina é apontada como principal motivo para a retração. Os fabricantes procuraram ampliar os embarques para outros mercados como África e Europa, mas não foi possível reverter a queda.
Em volume, os principais segmentos de exportação no acumulado até novembro foram os pesados (8,8 mil unidades) e semipesados (8,3 mil), com quedas, respectivamente, de 5,6% e 13,3%.
Produção
Nestes 11 meses a indústria brasileira montou 98,1 mil caminhões e anotou alta de 29,7% com ajuda do mercado interno. “A economia está puxando as vendas e as frotas estão se renovando”, comemora o presidente da Anfavea, Antonio Megale.
Otimismo no segmento de ônibus
De janeiro a novembro o total de ônibus emplacado no Brasil ainda foi baixo, de 13,6 mil unidades, mas representou alta de 29,3% sobre iguais meses do ano passado. A Anfavea atribui o crescimento do setor à recuperação de três dos quatro segmentos: rodoviário, fretamento (para transporte de funcionários, por exemplo) e escolar, motivado pelo programa governamental Caminho da Escola. Até o fim de 2018 serão cerca de 14,4 mil unidades.
“O ano de 2019 também será favorável por causa das licitações para o transporte público nas grandes cidades. São Paulo, que é a maior delas, deverá puxar a venda de modelos urbanos”, afirma Moraes. Na quinta-feira, 6, a prefeitura da capital paulista relançou os editais das licitações do transporte público para a concessão por 20 anos das linhas de ônibus. O valor dos contratos foi corrigido de R$ 68,1 bilhões para R$ 71,14 bilhões. No acumulado do ano as exportações de ônibus somaram 8,2 mil unidades, anotando discreta queda de 0,8%. Neste caso as montadoras instaladas no Brasil dependem menos da Argentina para vender seus produtos. “Nossa indústria também exporta bastante para países como Colômbia, Chile e México”, recorda o vice-presidente da Anfavea.
Até o fim de novembro as fabricantes instaladas no Brasil haviam produzido 27,4 mil chassis para ônibus, revelando 42% de alta pela comparação interanual. Do total produzido, 78,6% são modelos urbanos.
07 Automotive Business – 07/12/2018