Em janeiro, o faturamento das MPEs (Micro e Pequenas Empresas) das sete cidades registrou R$ 1,78 bilhão, enquanto que, no mesmo mês de 2016, atingiu R$ 1,92 bilhão. Ou seja, houve queda real (descontada a inflação) de 7,4%, o mesmo que R$ 141,8 milhões. De acordo com levantamento realizado pelo Sebrae-SP, o Grande ABC foi a única região do Estado a apresentar retração na receita.
No geral, as vendas das MPEs paulistas cresceram 3,9%, ao somar receita de R$ 45,3 bilhões. Segundo explica o consultor do Sebrae-SP Pedro João Gonçalves, o Grande ABC está na contramão por se tratar de região composta por muitas indústrias. E este, justamente, é o setor que mais sofre com a crise econômica do País,ao registrar a maior queda no faturamento (6,2%). “Não só as indústrias em si sofrem, mas seus prestadores de serviços, como setores de transporte e vigilância, que também são afetados.”
Se comparado a dezembro, a redução nas receitas das pequenas firmas regionais foi de 16,8% (R$ 358,9 milhões). No entanto, Gonçalves explica que, “no último mês do ano, o faturamento tende a ser maior porque o consumidor recebe o 13º salário e também por conta do Natal. Há um efeito sazonal”.
A folha de salários das pequenas companhias da região caiu 22,3% em relação a janeiro de 2016, e 31,6% quando comparada a dezembro. Ela representa a variação do valor total dos pagamentos aos funcionários, e acompanha a queda do faturamento.
Já o rendimento dos empregados cresceu 18,6% em comparação ao mesmo mês do ano passado. Em relação a dezembro, porém, há queda de 30,6%. A renda média dos trabalhadores de uma micro ou pequena empresa pode envolver comissões, premiações ou pró-labore, no caso da entrada de novos sócios, como parentes dos proprietários, e isso pode puxar para cima os valores, por isso o aumento frente a janeiro de 2016.
PROJEÇÃO – Segundo o consultor do Sebrae-SP, 21,3% das MPEs sentem confiança para investir, desde a modernização até contratação de funcionários. “Isso mostra que os empresários estão voltando a ter confiança no mercado”, explica. “A economia tem mostrado sinais de melhora, com quedas na taxa básica de juros, a Selic, e na inflação”, ressalta. Por esse motivo, Gonçalves é otimista em relação ao crescimento da receita das firmas ao longo de 2017.
Conforme aponta o levantamento, 46% dos proprietários da MPEs acreditam que a receita se manterá pelos próximos seis meses, enquanto que 38% acreditam em melhora.
FonteDiário do Grande ABC – 20/4/2017