Infraestrutura sólida exige governança com segurança jurídica, previsibilidade e respeito ao interesse público, defende presidente do Sistema Transporte
Vander Costa participou da Conferência inaugural do Fórum de Integridade da Infraestrutura, que reuniu autoridades públicas, representantes do setor produtivo e especialistas em Brasília (DF)
“A construção de uma infraestrutura sólida e confiável passa pela adoção de práticas de governança que garantam segurança jurídica, previsibilidade e respeito ao interesse público.” A declaração foi feita por Vander Costa, presidente do Sistema Transporte, durante a 1ª Conferência do Fórum de Integridade da Infraestrutura, realizada nesta quarta-feira (24), no Ministério dos Transportes, em Brasília (DF).
O encontro reuniu autoridades públicas, representantes do setor produtivo e especialistas para discutir como a integridade pode se tornar um valor transversal em todas as etapas dos projetos de infraestrutura.
Vander Costa destacou também o papel do Sistema Transporte na disseminação de boas práticas e na capacitação de gestores e operadores. “Estamos comprometidos com a construção de um ambiente institucional que valorize a integridade como fundamento para o desenvolvimento. É preciso que todos os atores, tanto públicos como privados, estejam alinhados nesse propósito”, completou.
O ministro da CGU (Controladoria-Geral da União), Vinícius Marques de Carvalho, reforçou a necessidade de tratar a integridade como valor social. “A integridade é uma agenda que transforma condutas, fortalece instituições e reorganiza as relações entre Estado e mercado. Ela é essencial para garantir um ambiente de negócios saudável e sustentável”, afirmou. Ele citou ainda o uso de inteligência artificial em auditorias e o impacto de programas como o Alice (Análise de Licitações e Editais), que já geraram economia de bilhões de reais em licitações públicas.
Anfitrião do evento, Marco Aurélio Barcelos, presidente da ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias), avaliou que a conferência marca um avanço para o setor. “Avançamos muito na pauta da integridade. Precisamos nos orgulhar disso e garantir que não haja retrocessos”, disse.
O evento contou ainda com representantes do Ministério dos Transportes, do Ministério dos Portos e Aeroportos e de entidades ligadas ao setor de saneamento.
Painéis temáticos
A conferência foi marcada por três painéis que abordaram, sob diferentes perspectivas, os desafios da promoção da ética e da transparência no setor de infraestrutura.
No primeiro, representantes de órgãos públicos discutiram os avanços em governança e controle. Moderado por Tiago Bonvini, da ABR (Associação dos Aeroportos Federais Privados), o debate reuniu Luiz Augusto Fraga (BNDES), Arthur Castro (ANTT) e Mariana Arroyo Ribeiro (Anac), que compartilharam experiências institucionais e responderam a perguntas sobre o fortalecimento da ética na administração pública.
O segundo painel trouxe o olhar das empresas e associações. Com moderação de Jefferson Kiyohara, diretor de Compliance e ESG da Protiviti, participaram Mário Junior Bertuol (TCU), Cláudia Borges (ABTP) e Ana Paula Carracedo (Aegea Saneamento). O grupo discutiu como iniciativas setoriais podem engajar empresas, transformar culturas organizacionais e consolidar ambientes de negócios mais confiáveis.
Encerrando a programação, o terceiro painel tratou do papel das certificações na credibilidade dos projetos de infraestrutura. Sob a mediação do advogado Caio Loureiro, estiveram presentes Guilherme Motta (Motiva), Sergio Garcia (Arteris), Marcelo Pontes Vianna (CGU) e Henrique Barros (Ministério dos Transportes). Entre os exemplos apresentados, destacou-se a criação da Rede de Integridade e Transparência do setor de transportes terrestres, que já levou o ministério ao nível máximo de maturidade na avaliação da CGU.
Sobre o Fórum
O Fórum de Integridade da Infraestrutura é uma iniciativa conjunta das principais entidades representativas do setor: ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias), ABCON SINDCON (Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto), ABR (Associação Brasileira de Reciclagem), ANEOR (Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias), ANPTRILHOS (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários), MOVEINFRA (Movimento pela Integridade da Infraestrutura) e ABTP (Associação Brasileira dos Terminais Portuários).
Fonte: Agência CNT Transporte Atual




