Skip links

Produção de veículos cai 7,5% em um ano, mostra Anfavea

06/11/2014 12h17 – ATUALIZADA EM: 06/11/2014 15h38 – POR ESTADÃO CONTEÚDO
Produção de veículos cai 7,5% em um ano, mostra Anfavea
A produção de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus no mercado brasileiro somou 293.328 unidades em outubro, queda de 2,5% na comparação com setembro e recuo de 9% ante outubro de 2013, divulgou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), nesta quinta-feira, 6. Com o resultado, a produção acumula retração de 16% nos dez primeiros meses do ano, sobre igual período de 2013, para 2.677.528 unidades.
Considerando apenas automóveis e comerciais leves, a produção em outubro chegou a 278.239 unidades, baixa de 2,8% na comparação com setembro e recuo de 7,5% ante outubro de 2013. No mês passado, foram produzidos 217.403 automóveis e 60.836 comerciais leves.
Vendas de veículos crescem 8,7% em setembro
A produção de caminhões, por sua vez, atingiu 12.394 unidades em outubro, alta de 5,2% na comparação com setembro e recuo de 32,4% ante outubro de 2013. No caso dos ônibus, foram produzidas 2.695 unidades em outubro, queda de 3% na comparação com setembro e recuo de 22,6% ante outubro do ano passado.
Já as vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus atingiram juntas 306.859 unidades em outubro, com alta de 3,6% na comparação com setembro e recuo de 7,1% ante outubro de 2013. No acumulado de janeiro a outubro deste ano, os emplacamentos chegaram a 2.833.333 unidades, baixa de 8,9% sobre igual período do ano passado.
Levando em conta apenas automóveis e comerciais leves, as vendas em outubro chegaram a 291.804 unidades, alta de 3,2% na comparação com setembro e recuo de 7% ante outubro de 2013. No mês passado, foram vendidos 217.176 automóveis e 74.628 comerciais leves.
As vendas de caminhões, por sua vez, atingiram 12.172 unidades em outubro, alta de 8,6% na comparação com setembro e recuo de 9,1% ante outubro de 2013. No caso dos ônibus, foram vendidos 2.883 unidades em outubro, alta de 30,9% na comparação com setembro e queda de 1,9% ante outubro do ano passado.
Embarques de veículos somaram US$ 932 milhões em outubro
As exportações em valores do setor automotivo brasileiro somaram US$ 931,8 milhões em outubro, alta de 0,9% na comparação com setembro e recuo de 42,3% ante outubro de 2013.
No acumulado do ano até outubro, as exportações movimentaram US$ 9.848.288 bilhões, queda de 29,9% ante igual período de 2013. Os valores consideram as exportações de autoveículos e máquinas agrícolas. O mês de outubro encerrou com total de 23.503 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus exportados, queda de 9,7% na comparação com setembro e retração de 54,6% ante outubro de 2013.
No acumulado de janeiro a outubro deste ano, foram exportadas 284.810 unidades de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, recuo de 40,4% sobre igual período de 2013.
Venda de máquinas agrícolas sobe 0,7% outubro
As vendas internas de máquinas agrícolas e rodoviárias no atacado atingiram 6.655 unidades em outubro, alta de 0,7% na comparação com setembro e recuo de 8,6% ante outubro de 2013. Com o resultado, as vendas acumulam retração de 17% no acumulado do ano até outubro sobre igual período de 2013, para 59.105 unidades.
Já a produção de máquinas agrícolas chegou a 7.926 unidades em outubro, alta de 10% na comparação com setembro e recuo de 20% ante mesmo mês do ano passado. De janeiro a outubro, a produção de máquinas agrícolas acumula queda de 15,6% sobre igual período de 2013, para 72.382 unidades.
As exportações de máquinas agrícolas em valores, por sua vez, totalizaram US$ 213.391 milhões em outubro, alta de 4,7% na comparação com setembro e recuo de 45,7% ante outubro de 2013. No acumulado do ano até o mês passado, as exportações de máquinas agrícolas em valores caíram 21,9% em relação a igual período de 2013, para US$ 2.378.300 bilhões.
O total de máquinas agrícolas exportadas chegou a 1.316 unidades em outubro, queda de 4,6% na comparação com setembro e recuo de 20,5% ante outubro de 2013. Já no acumulado de janeiro a outubro deste ano sobre igual período do ano passado, as exportações de máquinas agrícolas caíram 9,5%, para 11.901 unidades.
Emprego no setor automotivo cai em outubro
O setor automotivo encerrou o mês de outubro com 147.011 empregados, queda de 0,5% na comparação com setembro e recuo de 7,9% ante outubro de 2013.
O segmento de autoveículos registrou retração de 0,3% em outubro na comparação com o mês anterior no total de empregados, somando 127.842 pessoas. Em relação a outubro do ano passado, a queda foi de 7,2%.
O segmento de máquinas agrícolas teve recuo de 1,6% no número de empregados, na comparação com setembro, e baixa de 12,4% na comparação com outubro de 2013, para 19.169 funcionários.
Veículos flex
De acordo com a Anfavea, a fatia de automóveis e veículos comerciais leves biocombustíveis (flex) ficou em 88,6% em outubro, patamar acima do verificado em setembro (88,1%) e do registrado no mesmo mês do ano passado (87,9%). Ao todo, os veículos flex somaram 258.428 unidades em outubro de 2014.
Estoque em unidades aumentou em outubro
O nível de estoque de veículos nas fábricas e concessionárias brasileiras aumentou para 413,4 mil unidades em outubro, ante 405,2 mil em setembro, divulgou na tarde desta quinta-feira, 6, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Em número de dias, contudo, o estoque apresentou leve queda de um dia, para 40 dias. O aumento se deu principalmente nas fábricas.
Em unidades, o estoque apenas das concessionárias diminuiu de 282,9 mil para 281,8 mil na passagem de setembro para outubro. Já o das fábricas aumentou de 122,3 mil unidades para 131,6 mil. Em termos de dias, o das concessionárias diminuiu de 29 para 27 dias, enquanto o das fábricas aumentou de 12 para 13 dias.
Câmbio
A recente valorização do dólar ante o real melhora a competitividade brasileira nas exportações, mas ainda não é suficiente para um horizonte a longo prazo. A avaliação é do presidente da Anfavea, Luiz Moan. Segundo ele, o setor precisa de um câmbio que equilibre o custo de produção e o nível de exportação.
Questionado qual seria o patamar ideal, o presidente da Anfavea afirmou apenas que o melhor dólar para o setor foi a R$ 2,50 entre 2004 e 2005, quando a indústria automobilística brasileira mais exportou. Ele ponderou, contudo, que, mesmo com a volta desse nível, é preciso diminuir o custo de produção, que hoje está maior.
Governo não deve prorrogar benefício do IPI
Apesar do desejo da maioria das montadoras de prolongar a redução do IPI em 2015, o presidente da Anfavea, Luiz Moan, afirmou que a decisão do governo é de que o decreto que prevê o fim do benefício em 31 de dezembro deste ano será cumprido. Ele afirmou que já teve “algumas reuniões” com o governo após as eleições e que “o posicionamento do Executivo é claro: a partir de janeiro, terá aumento do IPI”. Moan informou, contudo, que vai lutar sempre pela redução da carga tributária para o setor.
Ele informou que o setor continua negociando com o governo a ampliação do período de layoff (suspensão temporária de trabalho) no Brasil. De acordo com ele, a proposta é de que o prazo seja estendido dos atuais cinco meses para até dois anos. “Continuamos insistindo na importância da flexibilização da lei atual, que pode se dar em termos de prazo. Crises são cíclicas e, por isso, é preciso desenvolver instrumento forte e estrutural suficiente para suportar”, justificou. Em outubro, o setor encerrou com queda de 0,5% no número de empregados, sexta queda consecutiva.
Previsões
Mesmo com as quedas na produção (-16%), vendas (-8,9%) e exportação (-29,9%) de veículos no acumulado do ano até outubro, a Anfavea mantém as previsões para o fechamento do ano, mas com viés de baixa, afirmou Moan. Para a produção, a queda em relação ao ano passado continua de 10%, para os licenciamentos, em -5,4%, e para as vendas externas, em -29,1%.
Durante coletiva de imprensa para comentar os resultados de outubro, Moan informou também que, na próxima semana, viajará para o México, onde se reunirá com o setor privado tanto de veículos leves quanto de caminhões. De acordo com ele, o objetivo será começar um processo de negociação para que o acordo vigente, que acaba em março de 2015, seja continuado e ampliado, não só de compra e venda, mas de integração produtiva.
Em relação ao acordo com a Colômbia, Moan afirmou que aguarda andamento de conversas que o governo brasileiro está tendo com o colombiano. “Provavelmente ainda esse mês teremos encontro com o setor privado de lá e, quem sabe, com a presença dos dois governos”, disse. Segundo ele, o objetivo da Anfavea é entregar até a primeira quinzena de dezembro uma proposta de acordo, para o governo federal avaliar e fazer a negociação final.
Fonte: Estadão Conteúdo – 6/11/2014