O índice ABCR de atividade referente a maio de 2019 apresentou crescimento de 0,4% no comparativo com abril, considerando os dados dessazonalizados. O índice que mede o fluxo pedagiado de veículos nas estradas é construído pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias – ABCR juntamente com a Tendências Consultoria Integrada.
“O mês de maio, mesmo registrando leve aceleração no fluxo total de veículos, conforme os dados dessazonalizados, ainda reflete o enfraquecimento da atividade que vigora ao longo do ano”, comentou Thiago Xavier, analista da Tendências Consultoria. Em médias móveis trimestrais, após três resultados negativos em sequência, o índice total tem relativa estabilidade. Nota-se, portanto, que não houve reversão após a queda recente, mesmo com o resultado de maio, mantida a métrica de comparação.
Mantida a comparação mensal dessazonalizada, o índice de fluxo pedagiado de veículos leves aumentou 0,9%, enquanto o fluxo de pesados caiu 1,8%. No entanto, comparado ao mesmo período de 2018, o índice total cresceu 18,5%; o fluxo pedagiado de veículos leves registrou alta de 13,4%, enquanto o fluxo de pesados cresceu 36,3%. “O resultado do mês precisa ser lido com cautela, especialmente quando comparado ao ano passado”, explica Thiago. “É preciso lembrar que a paralisação dos caminhoneiros ocorreu na segunda metade de maio do último ano, oficialmente de 21 a 30 daquele mês. Tal evento limitou significativamente o fluxo de veículos nas rodovias pedagiadas – seja pelos problemas de fornecimento de combustível, seja pela obstrução de algumas vias”, conta ele.
Por essa razão, o desempenho em maio de 2018 foi expressivamente negativo, como evidencia a queda de 13,8% do índice total de fluxo em relação ao mesmo período de 2017. O resultado, por sua vez, captou efeitos diferenciados entre as aberturas do índice, uma vez que veículos pesados registraram queda mais intensa que os leves (-10,4% para leves, -23,4% para pesados). Assim, o elevado desempenho em maio de 2019 foi beneficiado pela base de comparação deprimida. Como tal situação foi praticamente normalizada a partir de junho do último ano, os expressivos resultados de crescimento não devem se manter nos próximos meses.
“Os resultados são maiores no fluxo de pesados, que consideram além de caminhões – diretamente afetados pela Greve dos Caminhoneiros no ano passado – outros automotores de porte superior, como os ônibus”, frisa Thiago. “O elevado crescimento destes veículos, e também do fluxo de leves, não deve se manter nos próximos meses por se tratar de um efeito, sobretudo, pontual”, completa ele.
Índice ABCR Brasil | |||
Período | LEVES | PESADOS | TOTAL |
Maio/19 sobre Maio/18 | 13.4% | 36.3% | 18.5% |
Maio/19 sobre Abril/19 c/ ajuste sazonal | 0.9% | -1.8% | 0.4% |
Últimos doze meses | 0.2% | 4.9% | 1.3% |
Acumulado no ano (Jan-Mai/19 sobre Jan-Mai/18) | 2.7% | 7.9% | 3.9% |
Fonte: ABCR e Tendências – 10/06/2019