Líderes e empresários do transporte rodoviário de Cargas se reuniram em Natal (RN) para debater assuntos de grande importância para o setor, nos dias 1 e 2 de fevereiro, no Conet&Intersindical realizado pela NTC&Logística. O presidente do SETRANS, Tiojium Metolina participou ativamente do evento.
No encontro, diretor técnico da NTC&Logística, Neuto Gonçalves dos Reis, apresentou o Índice de Variação do INCT. O assessor técnico da NTC&Logística, Lauro Valdívia, falou da pesquisa de mercado, realizada em parceria com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A pesquisa envolveu 2.495 empresas de transporte rodoviário de cargas em todo o Brasil e traz um panorama de 2017. “Apesar da pequena recuperação do frete em 2017, essa não foi suficiente para recompor a defasagem acumulada nos últimos anos”, afirma Lauro.
Entre os números apresentados, foi analisada uma defasagem de 20,60% nos fretes de carga lotação e 13,95% para carga fracionada. De acordo com a pesquisa, 62% das empresas entrevistadas tiveram queda no faturamento e 47,6% diminuíram de tamanho. “As dificuldades do período também prejudicaram muito a cobrança dos demais componentes tarifários. Neste caso, é imprescindível que sejam cobrados de forma adequada”, explica Lauro.
Com a crise, toda a cadeia produtiva foi afetada e o pagamento do frete ficou prejudicado. 52,4% das transportadoras estão com fretes a receber em atraso, o que significa, em média, que as empresas demoram 25,9 dias para receber o pagamento. Como consequência disso, 40,6% delas estão com parte da frota parada e 29,3% sofrem com alguma ação trabalhista.
Os fatores que mais contribuíram para esta situação em 2017 foram, em primeiro lugar, os aumentos dos custos, em especial o do combustível (9,44% nos postos e 12,49% nas distribuidoras), depois as majorações de salários, que chegaram a 4,50%, aumento das despesas administrativas da ordem de 3,55%, manutenção (1,94%), preço dos pneus novos (7,56%) e preço dos veículos (8,60%).
“O setor de transporte rodoviário de carga foi fortemente atingido pela situação econômica do Brasil dos últimos quatro anos. As empresas transportadoras lutaram para se adaptar à nova realidade do mercado, reduzindo custos, diminuindo de tamanho, cedendo a exigências e, principalmente, reduzindo o frete.”, afirma José Hélio Fernandes, presidente da NTC&Logística.
E faz uma recomendação: “orientamos o transportador para que faça suas contas e adeque sua remuneração aos desafios que estão por vir e encontre junto com os contratantes o equilíbrio comercial necessário, sobretudo neste momento, sob pena de se verem diante de situações de difícil e onerosa solução em suas operações”.
Taxa de Emergência Excepcional
Diante do cenário de violência que se instaurou, principalmente na região metropolitana do Rio de Janeiro, criou-se em fevereiro de 2017 (Conet – Rio Quente) a Taxa de Emergência Excepcional (Emex) – valor extra cobrado para regiões que se encontram em estado de beligerância. A sua cobrança se justifica pelo alto custo suportado pelas empresas transportadoras para manter suas operações nestas condições, como por exemplo:
- Seguradoras estão mais restritivas e exigentes na subscrição de risco;
- Dificuldade de recuperação da carga pois as mesmas são desviadas para comunidades em que a autoridade policial “não tem condições de acesso”;
- Aumento da franquia (participação cada vez maior);
- Utilização de escoltas urbanas;
- Reforço no gerenciamento de risco;
- Restrições a utilização de determinadas rotas.
O valor dessa taxa é de R$ 10,00 por fração de 100 kg mais um percentual do valor da carga que varia de 0,3% a 1,0%.
Com informações NTC&Logística – 14/02/2018
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